MOSTRA COLETIVA DE ARTE - MAC/2017

 

PROCESSO CRIATIVO

Fotografia híbrida

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 “Há permanências no mundo contemporâneo? Ou tudo é mutável, instável e inconstante?”. Esse é fio condutor para o desenvolvimento da ideia apresentada nas obras PASSAGEM, IMPERMANÊNCIA E MOVIMENTO.

A pesquisa para o desenvolvimento dessa série temática tem como linha de pensamento o discurso da modernidade líquida de Zygmunt Bauman e a sociedade hipermoderna de Gilles Lipovetsky, sociólogo e filósofo respectivamente.

A fotografia híbrida foi usada em razão de ser um processo que mais liberdade e abertura oferece para a conexão de materiais que contribuem para a expressão mais relevante da ideia. Assim, nesse projeto, a fotografia foi a base para a representação, suporte definitivo quando o olhar é essencial. Na sequência, a fotografia sofreu interferência direta de processos digitais – tecnoimagem, para posteriormente avançar para uma interferência do pincel e tinta à óleo. A fotografia foi impressa no processo fine art em papel algodão. O que se apresenta é resultado de várias leituras dos objetos capturados e realinhados às temáticas pesquisadas por meio da ação do pincel e tinta.

A imagem capturada e processada trouxe novas percepções da realidade. Inspiração e imaginação para que outro objeto seja revelado com sua rede de significâncias. O pincel com tinta à óleo traça um novo caminho na imagem impressa.

A obra PASSAGEM é o que Baumam afirma: “Todas as sociedades são fábricas de significados. Até mais do que isso: são sementeiras da vida com sentido”. Neste tema, a fotografia da capela de Nossa Senhora do Monte Serrat em Santos/SP, lugar de oração e vidas reveladas aos pés da santa, trouxe a sensação de “vida com sentido” – pela dor há transformação. A vida é passagem, no entanto, permanece, apesar da dor, todos os valores que a sustentam.

 

A obra MOVIMENTO é a explosão de vida que há em todo aquele que se movimenta, busca e assim transforma. Na sociedade contemporânea, a transformação e o mutável permeiam o indivíduo na sua condição de antenado, conectado e energizado.

 

A obra IMPERMANÊNCIA é o fluxo contínuo das águas do mar. Nada se retem, assim como a vida líquida de Baumam – uma sociedade que entregue ao desejo de constante mudança, não consegue perpetuar seus valores.

 

 A criação das obras apresentadas tem como princípio o que chamamos de “manifestações do olho devorador”, aquele que é instrumento do pensamento. A fotografia é arte, revela e dá abertura para múltiplos pensamentos. O artista tem a liberdade de, a partir disso, recriar pois toda forma faz ver e ver algo como.